ANO LECTIVO 2008/9



"Histórias de cadernos diários"

Eu sou um caderno bem tratado...

Estou pronto? Bem, ok!
Olá!!! Sou o novo caderno diário do meu dono, e assim é que a vida cheira bem e sabe melhor. Começou o novo ano lectivo, já estava cansado desta espera.
Neste ano lectivo de 2008/2009 tenho uma missão que é ser uma página para escrita para o meu dono lá apontar, e é por isso que quero estar no TOP. Como sabem, já passei horas e horas numa mochila apertado, e aquele porta-lápis, com a mania de ser rufia, enerva-me. Estive quase a bater ao livro porque acha que é esperto, enfim a mania do poder.
O meu dono trata-me bem o que se passa são aqueles testes de diagnóstico, já tem pouco tempo para me ver… Que gente! No tempo do meu bisavô isto não era assim… Coitadinho, morreu de velhice. Bem, passaram-se três meses e eu sou o líder dos cadernos diários, pois o meu dono sabe tratar de mim, sabem como é, uma maravilha!
Sabem, já tive filhos, todos a sair ao pai, e a mãe é a senhora cartolina A4, pequeninos mas vão lá, são uns génios, sabem, e bonitos, com aquela idade também eu era assim. Estou no final do 1º período, já estou um homem, mas o porta-lápis (ai, como se diz na linguagem do povo) falta pouco para lhe ir àquele focinho cilíndrico, vejam bem o que me levam afazer estes nervos.
Estou quase a fazer quatro meses, sabem tem que haver bolo, e já tive um presente do meu dono: uma vela e um coração.


Gonçalo Dias da Silva – 6º F

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A história de um caderno diário

Eu sou um caderno
Bem arranjado,
Com este dono
Sou muito bem tratado.

Certo dia,
O meu dono me desiludiu
Pois fiquei no armário
E a professora nunca mais me viu.

E agora estou aqui
Sozinho na escuridão
Quem me dera estar lá fora
Para brincar com o meu amigalhão.

O meu amigalhão
Tem um nome muito bonito
Chama-se lápis
E está sempre afiadito.

Finalmente,
Tirou-me do armário
Quem diria
Já era um empresário.

Estou muito vaidoso
Agora guardo uma coisa melhor
Guardo objectos
Que são construídos com muito rigor.

Perdi a vaidade
Pois o meu dono não me dá atenção
Tem tantas reuniões
E eu acabo sempre no gavetão.

Certo dia,
O meu dono de férias ficara
Ainda bem
Pois de caderno de projectos a diário passara.

Gosto mais de ser diário
Pois todas as noites, tenho atenção
Adoro viver assim
Com amor e paixão.

E esta é a história
De um caderno diário
Que agora não fica mais
Fechado no armário.

Hélder Correia Fernandes – 6º F

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Eu sou um caderno diário mal tratado

Eu sou um caderno mal tratado.
Ainda me lembro quando estava na prateleira à espera de um dono. Nesse mesmo dia fui levado por um rapaz muito mal vestido, com brincos e tatuagens.
Pegou em mim com muita, muita força, até fiquei com “orelhas”! Meteu-me no carrinho. Cheguei a casa, dentro de uma sala, ele arrumou-me numa gaveta cheia de pó.
Fiquei lá uma semana!
O meu dono pegou em mim sem cuidado, como se estivesse a pegar num canudo. Chegámos à escola, posou-me na mesa com uma força que até fiquei assustado. A professora começou a lição. Ele tinha uma letra tão feia que nem se percebia. A professora falava e ele a desenhar na minha capa de trás.
Foi assim todos os dias até que chegou o fim do primeiro período. A professora foi-me avaliar e já se suspeitava a nota, era negativa. No fim da aula ele foi ver as notas e às treze disciplinas que tinha, treze “negas”.
Não admirava, ele nem me abria!
Tenho saudades da prateleira da loja.

Guilherme Silva Gomes – 6º F